Há alguns anos, o mercado de tecnologia enfrenta um sério problema: há mais vagas abertas do que profissionais qualificados para ocupá-las.
No Brasil, estima-se que esse déficit representa cerca de 408 mil profissionais apenas em 2022, segundo dados da Softex, organização social voltada ao estímulo do setor.
Somado a isso, os profissionais de TI estão no centro do movimento de demissão voluntária no país, que teve início após a pandemia. Ao que tudo indica, o fenômeno, que nos Estados Unidos vem sendo chamado de Grande Renúncia, pode ter chegado ao Brasil.
Um levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), com dados do Caged, do Ministério do Trabalho e Previdência, registrou 2,9 milhões de pedidos de demissão entre janeiro e maio de 2022.
O perfil de quem decide deixar o emprego? Em sua maioria, homens, com ensino superior, até 29 anos e atuantes na área de tecnologia.
Na lista de ocupações com mais pedidos de desligamentos, seis entre as 10 no topo do ranking pertencem à área de TI. São elas: analista de desenvolvimento de sistemas, programador de sistema de informação e gerente de tecnologia da informação.
E entre os motivos que estimulam os pedidos de demissão, estão a mudança de mentalidade com relação a prioridades, a busca por maior qualidade de vida, a vontade de permanecer no modelo de trabalho remoto ou híbrido e a oferta de emprego com salários maiores – muitas vezes, pagos em dólar.
Em contrapartida, a carência de mão de obra especializada na área de tecnologia pode ser uma oportunidade para aqueles profissionais que estão em busca de novos desafios e desejam consolidar a carreira.
A Cortex, plataforma de inteligência de vendas B2B, analisou 722 mil oportunidades de emprego abertas em julho no Brasil. Desse total, foram identificados 25 cargos de tecnologia em alta, para os quais mais de 100 mil vagas estão abertas.
A pesquisa ainda mostrou que 80 % das oportunidades de TI estão na faixa salarial de R$ 1.500 a R$ 5 mil, para cargos iniciais como estágio e júnior. E cerca de 2,3 mil (3,5%) oferecem salários superiores a R$ 20 mil.
Conheça as 25 profissões de tecnologia mais buscadas por empregadores:
1. Desenvolvedor back-end (21.802 vagas)
2. Desenvolvedor front-end (18.680 vagas)
3. Engenheiro de software (12.870 vagas)
4. Product manager (12.005 vagas)
5. Desenvolvedor full-stack (8.366 vagas)
6. Gestor de mídias sociais (5.086 vagas)
7. Analista de Business Intelligence (3.781 vagas)
8. Especialista em machine learning (3.414 vagas)
9. Engenheiro de dados (2.928 vagas)
10. Cientista de dados (2.213 vagas)
11. Scrum master (2.093 vagas)
12. Gestor de projetos (2.085 vagas)
13. Desenvolvedor web (1.551 vagas)
14. Desenvolvedor de banco de dados (1.476 vagas)
15. DPO (Data Protection Officer) (1.366 vagas)
16. Product Designer (1.019 vagas)
17. Consultor de TI (311 vagas)
18. Analista martech (194 vagas)
19. Administrador de sistemas (140 vagas)
20. Especialista em segurança da informação (103 vagas)
21. Especialista em e-commerce (96 vagas)
22. Desenvolvedor de aplicativo móvel (75 vagas)
23. Analista de big data (63 vagas)
24. Especialista em cloud (34 vagas)
25. Pentester (31 vagas)
Se você está analisando áreas para aprofundar o conhecimento e alavancar a carreira, a tecnologia pode ser uma ótima oposta, uma vez que oferece diversas possibilidades. Então, que tal conhecer os salários de algumas das profissões com mais vagas abertas em tecnologia?
A Robert Half, consultoria de recrutamento, publica anualmente um guia salarial que engloba os setores da tecnologia. O levantamento é feito a partir do mapeamento de dados das profissões demandadas por seus clientes em processos seletivos. Confira abaixo:
É responsável por colaborar com a automação dos processos de uma empresa, além da criação de softwares e gestão da infraestrutura. Atua tanto no desenvolvimento quanto na operação.
Salários: entre R$ 12.350 e R$ 20.650.
É o programador que cria a interface gráfica de uma ferramenta, aplicativo ou software que interage com o usuário.
Salários: de R$ 5.500 para nível júnior a R$ 19.350 para nível sênior.
É o profissional que trabalha na estrutura de aplicações e softwares que os usuários não têm acesso, como o banco de dados.
Salários: de R$ 4.850 para nível júnior a R$ 18.050 para nível sênior.
É o programador que pode atuar tanto como back-end quanto como front-end ou desenvolvedor mobile.
Salários: de R$ 8.100 para nível pleno a R$ 18.050 para nível sênior.
Profissional especializado em ferramentas e linguagens de programação utilizadas na criação de aplicativos.
Salários: de R$ 5.500 para nível júnior a R$ 19.350 para nível sênior.
Especialize-se com a pós-graduação em Desenvolvimento Fullstack de Sistemas Modernos para Nuvem (Cloud Native).
Trabalha com a coleta e gerenciamento de grandes quantidades de dados, transformando-os em informações relevantes para o negócio.
Salários: entre R$ 13.100 e R$ 21.950
Atua na área de inteligência de negócios em uma companhia, dedicado a criar formas de otimizar processos de uma companhia por meio de dados. Através dos dados, busca obter vantagens competitivas para a empresa no mercado.
Salários: de R$ 5.600 para nível júnior a R$ 16.750 para nível sênior.
Aprofunde seu conhecimento com a pós-graduação em Tecnologia, Ciência de Dados e Transformação Digital.
É o responsável por garantir a melhor experiência para o usuário de um site ou aplicativo.
Salário médio de R$ 5.324, segundo o site Glassdoor.
Atua na criação do visual de um software, aplicativo ou site. Além da estética, é responsável por planejar a experiência do usuário ao interagir com os elementos.
Salário médio de R$ 4.380, de acordo com o Glassdoor.
Desenvolva-se com a pós-graduação em User Experience (UX) e Design de Experiências da UNESC Digital.